quinta-feira, 9 de setembro de 2010

cena três.


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com uma certa dificuldade ela conseguiu juntar e trancar tudo, novamente. não teve choro e nem vela, ela pensava que estava vacinada, só pensava.
guardou a caixa verde no fundo do guarda-roupa. e foi procurar o tal papel, depois de algumas horas, ela o encontrou.
deixou em cima da mesinha, para que no dia seguinte ela pudesse voltar na costureira e mandar fazer seu véu.

amanheceu e ela precisa ir na costureira bem cedo, pois tinha outras coisas pra fazer, antes de ir pro consultório. dessa vez, ela foi sozinha.
trocou de roupa, pegou o carro e chegou um pouco depois da hora marcada - ela tem um sério problema e não consegue ser pontual nunca.
depois de se desculpar, entregou o papel para Joana e ficou esperando. enquanto isso, resolveu olhar algumas revistas, ela ainda não tinha escolhido o tipo de bolo que iria querer, pra dizer a verdade, ela ainda precisava escolher várias coisas. sim, a velha arte de deixar tudo para cima da hora.
tomou um chá de cadeira por quase duas horas, mas quando viu o esboço do véu seu rosto se transformou e um sorriso se abriu. o sorriso ficou maior quando viu que seu vestido estava praticamente pronto.

de fato o vestido era um espelho da personalidade dela. simples e marcante.
lá estava ela, se admirando diante do espelho, quando a porta do ateliê se abriu. ela estava tão distraída que nem olhou para quem tinha entrado. até ouvir uma voz que fez suas pernas balançarem e ela quase vir ao chão.

- sempre soube que você seria uma noiva linda e encantadora.

mal sabia ela que ele estava falando sério (...)