terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

três-em-um.

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o primeiro encontro foi na faixa de pedestre.
ela tem por costume pensar que é dona da rua e com isso quando vê uma faixa de pedestre não quer nem saber, vai passando como se os carros tivessem a obrigação de parar pra ela passar - sim, muito folgada.
estava indo almoçar e como de costume não parou na faixa, seguiu reto e sem olhar para os lados. foi quando ouviu um barulho ensurdecedor da buzina do carro dele, levou um susto e tirou os fones do ouvido.
ele saiu do carro, bateu a porta e foi ao encontro dela. gritando e perguntando se ela estava afim de morrer. ela olhou pra ele com uma cara de deboche, colocou os fones novamente nos ouvidos e foi embora.
o segundo encontrou foi no posto de gasolina.
ela saiu pra tirar xerox e pra comprar cigarros. quando estava saindo da lojinha de conveniência deixou o maço de cigarro cair, pois ela não consegue segurar mais de uma coisa na mesma mão, foi quando colocou o dinheiros no bolso e foi se abaixar pra pegar o maço que ele chegou, pegou o maço antes dela, ele olhou pra cara dela e a reconheceu.
- agora eu tenho certeza, você está afim de morrer.
- obrigada.
- você não deveria fumar e nem atravessar a rua sem olhar para os lados.
- mais alguma coisa que eu não deveria fazer?! e só pra constar, esse maço não é meu.
- você não deveria ser tão bonita. sei, não precisa mentir, eu não vou contar para o seu pai.
- quer saber?! vai pra merda.
- você é sempre assim ?!
- lembrei, minha mãe disse que eu não deveria conversar com estranhos na rua. e até onde eu me lembro, não conheço você.
- ah, me desculpa. prazer, meu nome é andré.
ele estendeu a mão, mas ela fez a mesma cara de deboche e foi embora.
o terceiro - e ultimo - encontro foi na recepção do trabalho dela.
ele a seguiu, queria saber onde ela iria. ficou de longe e então descobriu onde era o seu trabalho. esperou meia hora e foi até lá. quando chegou a viu atendendo telefone. ela quando olhou pra porta e o viu, abaixou a cabeça.
- o que você tá fazendo aqui?!
- acho que não é assim que você tem que se comportar.
- você mora aqui?!
- não.
- tchau.
- só me diz seu nome.
- pra que?!
- só pra matar minha curiosidade.
- não.
ele se sentou e disse:
- só vou embora quando descobrir o seu nome.
- você não trabalha?! estuda?! cria galinhas?! sei lá
mas ele ficou em silêncio.
vinte minutos se passaram e lá estava ele sentado. esperando pelo tal nome.
- maria. agora você pode ir embora. até nunca mais.
- até breve, má.

# stand by me.