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e lá estava ela novamente.
na mesma mesa, com a mesma calça rasgada e o mesmo tênis cinza.
com fones no ouvido e com um livro na mão, ela fez o pedido de sempre e mergulhou na nova história.
dessa vez quando a moça trouxe o seu pedido, ela não deixou o expresso esfriar. pelo contrário, tomou ele quente e sentiu a língua arder. logo em seguida mastigou as torradas, numa tentativa inútil de aliviar a dor.
limpou a boca com o guardanapo e voltou para a leitura.
antes disso olhou para o banco em frente, o mesmo em que encontrou o par de olhos cor-de-mel. mas, o banco estava vazio e nenhum sinal daquele moço do cabelo de gel.
mesmo sem entender, sentiu que seu coração ficou desapontado.
vinte-três minutos depois ...
ela fechou o livro e se dirigiu ao caixa.
pagou a conta e caminhou até o estacionamento.
novamente largou o livro para trás, mas dessa vez, colocou um bilhete dentro. sim, era para ele.
minutos depois, ele entrou e foi até a mesa onde ela tinha o costume de sentar. encontrou o livro e sorriu.
mal sabia ele que ali dentro estava a sua chave. chave que abriria a porta para ele se encontrar novamente com aqueles olhos castanhos.
# minha memória toca as mesmas velhas canções.