terça-feira, 3 de agosto de 2010

aquilo que o amor faz.


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o táxi estacionou em frente uma sorveteria que ele nunca tinha percebido. a qual tinha os letreiros coloridos - que acendiam a noite.
ela estava tirando o dinheiro do bolso pra pagar a corrida, enquanto ele já estava pegando o troco.
- minha mãe me ensinou que damas não pagam contas.
ele saltou do carro e abriu a porta pra ela.
- já gosto da sua mãe.
ela o pegou pela mão e entrou com ele. não se deixou intimidar pela companhia, pegou o maior pote e foi se servir. colocou cinco bolas de sorvete de creme e muita cobertura de limão. ele pegou um pote menor e fez uma mistura de morango com banana, sem cobertura.
ele já ía se sentar na mesa do meio, quando ela o puxou e disse:
- não podemos sentar aqui.
foram até a mesa do canto direito e ele perguntou:
- e nessa aqui?!
ela respondeu com um sorriso. ele puxou a cadeira pra ela e se sentou do seu lado esquerdo.
ficaram em silêncio por um tempo, então ela começou a falar:
- meu pai sempre me trazia aqui, dizia que sorvete é o melhor remédio. sempre que estou nervosa ou com problemas é pra cá que eu venho. sempre tomo o mesmo sorvete e sento na mesma mesa. quando meu sorvete acaba, eu viro a cadeira e fico a observar todos os que entram e saem, imaginando a história e o motivo que os trouxeram até aqui.
depois de dizer isso, ela começou a rir.
- e você só faz isso com seu pai?!
- eu fazia. hoje em dia, faço sozinha.
- não sou o seu pai, mas se estiver afim de uma companhia, eis-me aqui.
- será um prazer.
eles trocaram de lugar pra observarem todos de um ângulo melhor. ele nunca tinha feito isso, então ela começou a brincadeira.
ficaram lá por horas, rindo e repetindo as doses de sorvete. ela sempre tomando o de creme com cobertura de limão, e ele com a mistura de morango e banana.

# a regra é simples e sem exceção.