quarta-feira, 24 de março de 2010

the only exception

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acho que não preciso de ordem, de assunto ou até mesmo do nexo pra escrever esse texto.
hoje, acordei sem vontade de postar, sem vontade de comentar, sem vontade pra mais uma lista de coisas. confesso que no começo achei estranho - porque eu não sei você, mas eu me sinto vazia/inútil quando não posto ou comento nos blogs que eu sigo -, mas depois vi que isso pode acontecer a qualquer dia e acontece a qualquer momento.
enquanto caminhava pra casa da minha avó, ouvindo repetidamente a mesma música e ao mesmo tempo cantarolando outra com o coração, pensei e pensei. continuei um conto que só existe e acontece dentro da minha mente.
cheguei a pensar que ele poderia acontecer comigo, não custa nada querer.
parei pra analisar algumas situações. rever alguns conceitos. criar novas teorias.
não quero nada que dure muito tempo. sim, faço parte dessa sociedade que leva a vida no estilo instantâneo.
já me acostumei com o fato de que pouca coisa dura mais do que três minutos. são poucos os relacionamentos que seguem em frente depois de uma discussão. são poucas as amizades que suportam a verdade. pois é, tudo dura, às vezes, tão pouco e mesmo assim me marca por um tanto de tempo. talvez seja culpa da lembrança ou quem sabe da dona saudade.
a realidade é que hoje, mesmo sem vontade de escrever eu precisava fazer isso. passei o dia com dedos coçando e com uma vontade de gritar.
só não gritei, pois não são todos que podem ou querem ouvir o que tenho a dizer. pra ser bem sincera, hoje a minha vontade não era de estar aqui escrevendo algo que (quase) ninguém irá se importar ou até mesmo ler, queria mesmo era sentar no meio-fio, conversar com um estranho. falar pra ele sobre tudo o que eu penso, contar meus segredos obscuros, falar sobre minhas vergonhas, dizer a verdade que eu sou obrigada a esconder. queria confiar a um estranho, coisas que eu não conto nem pra minha mãe ou até mesmo pra lívia. com certeza, esse estranho ouviria tudo e em momento algum iria me julgar ou dizer que eu estou errada. pois, quando os fatos são ditos por mim, eles ganham a minha interpretação e foda-se a realidade. conto do jeito que eu quero, me faço de vítima ou até mesmo de heroína.
não, eu não encontrei esse estranho, ou quem sabe esse estranho se encontra do outro lado da tela, lendo e querendo vir até mim. me ouvir, me acalmar, me oferecer um ombro pra deitar e até mesmo um lenço pra eu chorar.
passei o dia a ouvir uma mesma música. passei o dia a tentar acreditar naquela música.
às vezes, o que eu preciso é só acreditar. mas, quem disse que isso é fácil?!
às vezes, o que eu preciso mesmo é enxergar. mas, quem disse que só se enxerga de olhos abertos?!
às vezes - eu gosto de dizer isso - às vezes.
já nem tenho mais o que dizer, mas continuo escrevendo porque gosto do barulho que minha unha faz quando bate no teclado. falando em unha, eu me orgulho muito das minhas, sem modéstia alguma são as mais lindas que eu conheço e olha que eu nunca fui em uma manicure - eu tenho medo.
mas, chega de barulho. chega de adiar o ponto final.

# leave me of some kind of proof it's not a dream.