quinta-feira, 30 de julho de 2009

rotina.

o telefone toca. sim, era ele dizendo que em algumas horas estaria chegando pra buscá-la. meldel's, ele não pode encontrá-la daquele jeito, despenteada, com as unhas sujas, roupas rasgadas. então ela corre até a area de serviço e puxa a toalha que está secando no varal, se teletransporta pra dentro do banheiro. entra embaixo do chuveiro. esfrega os dedos do pé com tanta força que estes ficam vermelhos. passa a bucha por todo o corpo, parece estar 'ariando' uma panela de tanta força que ela exerce sobre a pele. é, ela quer tá bem limpa pra quando ele chegar. lava o cabelo três vezes com shampoo, entra numa briga com o pente pra então desembaraçar os fios de seu cabelo. depois de quase uma hora dentro do box, finalmente ela termina. agora a guerra é outra, com o senhor guarda-roupa. cadê aquela blusa?! e aquela calça jeans com botões coloridos?! procura daqui, revira de lá. não, ela diz não ter roupa. senta-se na cama e fica olhando pra dentro do guarda roupa todo bagunçado. sua vó tenta ajudar, mas em vão. no fim das contas ela só encontra a calça jeans de botão colorido e coloca uma blusa qualquer. cabelos penteados. dentes escovados. unhas limpas e cortadas. havaianas limpas. tudo quase pronto, falta ele chegar. ela se senta no sofá. o ponteiro do relogio continuava correndo e nenhum um sinal dele. então ela se levantou e foi até a rua, quem sabe ele chega. seus cabelos já estavam quase secos. ela já estava cansada de tanto ir até a esquina e voltar. o sol já tinha ido embora. a rua estava ficando vazia. então ela desistiu, correu pra dentro do quarto, abraçou o travesseiro e chorou de soluçar. sua avó já acostumada com aquela cena, entrou no quarto, a colocou em seu colo e novamente repetiu as palavras de sempre: deve ter acontecido alguma coisa, minha filha. amanhã quem sabe ele te liga.

# sei que cada palavra importa.!