quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

só sorriso.

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quando eu menos espero, pronto: acontece.
estava indo almoçar. fones acoplados aos ouvidos e um olhar perdido. pensamentos a mil, mas sem organização alguma.
quando estava pra virar a esquina, não acreditei no que meus olhos estavam vendo. ele sentado na calçada, com uma bermuda azul e sem camisa. senti um sorriso se abrir, era a senhora felicidade se manifestando do jeito mais comum.
ele levantou e veio na minha direção, em momento algum pensei que tivesse se levantado pra falar comigo, até mesmo porque eu sabia que ele sentia vergonha de mim, vergonha de tudo o que tinha acontecido com ele - me enganei.
ele veio ao meu encontro, estendeu a mão e deu aquele sorriso maroto de sempre - pelo qual eu sempre fui apaixonada '-'
fiz o mesmo, estendi a mão e perguntei como ele estava.
fomos caminhando em direção a casa de minha avó. eu podia sentir os olhares a minha volta, me condenando e julgando ele. não liguei, quando estou com ele não me importa o resto - é, talvez ainda seja apaixonada por ele.
chegamos em frente a casa de minha tia e sentamos do outro lado da rua. ficamos conversando durante longos minutos, até minha avó aparecer e me gritar pra almoçar. eu não queria ir, queria conversar com ele, saber mais e sentir mais o cheiro dele.
- vai lá. quando você terminar me avisa.
- como?!
- que nem antigamente, dá um toque lá em casa e eu venho.
- tá bom.
entrei correndo e engoli a comida. escovei os dentes e ajeitei meu cabelo. estava com pressa, até mesmo porque o relógio não parava e já estava quase na hora de eu voltar para o trabalho. peguei o celular de minha avó e liguei pra casa dele.
- já estou indo.
dei um beijo em minha avó e fui embora. quando cheguei na rua e olhei pra esquina o avistei. com a mesma bermuda, mas agora de chinelo preto e camiseta branca.
- pra onde você vai?!
- voltar para o trabalho.
- onde você tá trabalhando?!
- praia da costa.
- posso ir com você?!
- pode uê.
como se ninguém estivesse olhando ele me acompanhou.
chegamos na esquina que eu sempre viro, uma rua antes da praia. aí ele vira e diz:
- a gente não pode ir pela praia?!
- podemos. mas é que eu sempre passo por aqui.
então seguimos reto e fomos pra praia. chegamos lá e começamos a lembrar de que tudo começou ali. ele pegou a minha mão e me puxou pra areia.
- ah, não thiago. eu estou indo trabalhar.!
- uê, eu sei. e deixa de ser fresca, lá você lava o pé e pronto.
- u.u
chegamos perto do mar e continuamos caminhando. e ele não soltou a minha mão, eu também nem me importei com isso. seguimos caminhando pertim do mar, correndo algumas vezes pra eu não molhar as calças. ele foi segurando minha sandália - sim, hoje eu resolvi vir trabalhar de sandália.
sorriso daqui. bochechas coradas dali. e assim eu cheguei no trabalho.
- vai aparecer lá na rua hoje?!
- acho que não, eu só vou lá no horario de almoço.
- me liga e me diz onde você tá morando. aí eu passo lá se você quiser.
- tá bom. obrigada pela companhia
ele vinha chegando perto. então, virei e disse:
- até mais tarde, e vai pela sombra :)

# eu acho que sei a quem você pertence.