quinta-feira, 1 de outubro de 2009

só sei que foi assim [outra vez].

Era um dia especial naquele mês de julho. a garota estava de férias e poderia dormir tranquilamente, mas o tímido rapaz da madrugada anterior só afastou-se de seus pensamentos ás sete da manhã. seu descanso foi interrompido ás 14:14 horas da tarde e o despertar trouxe a certeza de que o resto daquele dia seria mágico. não tinha fome. passou o dia ansiosa, escutando um velho cd de MPB no media player. enquanto mastigava uns amendoins. Estava na hora. antes de sair, mastigou um saco de pipocas e no caminho até a praça comprou água e duas paçocas. os doces costumavam ajudar quando ela se encontrava nervosa daquela forma. sua blusa preferida – azul bebê, sem manga, com um peixinho estampado na frente. - acompanhava a velha calça jeans desbotada e o mesmo casaco escuro da madrugada anterior. o cheiro do garoto tímido estava preso no seu casaco e aquilo aqueceu-a mais ainda. olhou no relógio e faltavam poucos minutos para as zero horas. ela esperava vê-lo agasalhado, pra não ter que se afastar daquele cheiro suave que já havia a conquistado. teve uma surpresa. ao avistá-lo no velho banco, percebeu que ele – devidamente agasalhado -segurava um belo girassol.
– ”eu pensei em rosas. mas um girassol me parece muito mais encantador. assim, como você.” – disse o moço sorrindo convidativamente.
outra vez, ela sentiu as mãos trêmulas. mas dessa vez teve certeza que não era o frio. claramente envergonhada, covidou-o para levantar-se.ali não estava silencioso como na meia-noite passada. ele concordou e sugeriu que fossem para o parque da cidade. lá era seguro e silencioso. sem precisar combinar nada, os dois deitaram-se igualmente na grama verdinha e olharam por minutos as estrelas no céu. os cabelos castanhos e ondulados da menina formavam um tapete por sobre a grama que prendia a atenção do garoto tímido. depois de um longo papo sobre tudo e sobre nada, passáros acompanhavam os primeiros raios de sol daquele lindo dia. e o garoto disse.:
-"a gente vai casar, né?! é estranho, eu sei. mas eu te amo. e sei que é amor." - falou com uma certeza incontestável. deixando a garota muda, mas muito emocionada. logo depois, ele inclinou a cabeça e a beijou na testa. ela ainda muda.
- "dois dias inteiros, e eu só penso em você. não te peço nada em troca. porque eu sei que é amor." - e sorriu. a menina decidiu que as palavras não eram importantes naquele momento. não ainda. olhou profundamente naqueles olhos encantadores e verdes e depois de longos segundos, murmurou baixinho.:
-"achei que não ia me perguntar isso, seu lerdo." - deu um sorriso torto pra ele. e uma pausa. os dois abraçados. ela continuou.:
-"é claro que a gente casa, meu príncipe. de fato, nunca achei que existisse sentimento assim. eu sei que é pra sempre, enquanto durar." - e calou-se. enquanto sorria, uma lágrima de felicidade caiu sobre o rosto do tímido rapaz, que abraçado com sua dama, não queria nada mais. apenas que os segundos fossem mais duradouros. e permaneceram abraçados. fortemente aquecidos por algo que eles resolveram chamar de verdade.
# mesmo que você tenha que partir, o amor não há de ir embora...
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ps: esse texto é do Berg. sim, esse será o nosso conto que em breve terá continuidade, até quem sabe virar um livro *o*